A crise a isso obriga.
Os (porventura) únicos leitores do blog pedem para que eu possa discorrer um pouco sobre o actual estado de caciquismo em Portugal. Vou tentar ser sucinto, e procurar ser objectivo na minha avaliação sobre o que temos, e o que deveremos fazer para, como dizia JPP há dias, nos livrarmos da mediocridade. Foi uma análise certeira, e concordo com ela a 100%: No entanto, temos de decidir se queremos ser adultos, crescer em responsabilidade, e finalmente tornar-nos independentes dos pais que nos ajudaram a crescer.
Primeiro ponto: são necessárias rupturas. Para isso é preciso uma mensagem forte. Durante a revolução francesa, Liberdade, Igualdade, Fraternidade. A estas foi adicionada a palavra solidariedade. Eu aconselharia uma quinta: "Felicidade".
Hoje em dia, creio sinceramente que as pessoas não são felizes. Por não existir justiça, por existir uma acomodação ao dia-a-dia, por muitos dos objectivos que existiam estarem concretizados. Por existir inércia, desprendimento, egoísmo.
As alterações que se impunham ainda não se fizeram em Portugal. Esta passa não pelas reformas de um Governo, mas sim por um maior peso dos movimentos civis/profissionais: Sindicatos modernos. Ordens (médicos, advogados, engenheiros) com sentido de estado, com noção de sociedade. Pessoas interventivas a nível municipal. Empresas com responsabilidade social.
O problema não é dos políticos actuais, que são, e digamos isto de forma clara, incompetentes e caciqueiros. O problema reside em quem não se preocupa com o facto de estes ocuparem os locais de decisão. O problema está em todos nós, que não nos tornamos decisores na própria vida. Na nossa comunidade.
Como mudar? Vou escrever durante esta semana medidas concretas. Justiça, Educação, Defesa Nacional, Negócios Estrangeiros, Saúde, Finanças. E basta. Não precisamos de falar de mais.
