O Cacique - lider tribal.

segunda-feira, junho 28, 2004

Reboliço II


Como as duas soluções actuais são pior do que muito más, interessa discutir alternativas, rapidamente, para que elas possam crescer antes de quarta-feira. Espero que o tempo real da internet sirva para uma "vaga de fundo" decisiva.

I - Durão Barroso já não tem alternativa: Deverá assumir o posto de Presidente da Comissão Europeia, e sinceramente, isso terá inevitavelmente repercussões bastante positivas para Portugal.

II - Os líderes alternativos:

.a - Cavaco Silva será improvável: infelizmente, é como D. Sebastião, e ficaria a prazo num projecto que tem de se prolongar para lá de 2006. Contudo, seria alguém com a força suficiente para terminar as reformas, e mesmo dar-lhes o impulso que nunca tiveram. Manuela Ferreira Leite teria espaço para continuar, e indubitavelmente, Paulo Portas teria de se sujeitar (finalmente!) a ser governado.

.b - Manuela Ferreira Leite ela é o rosto da verdadeira política deste governo. É essencial que ela permaneça. Com uma "dama de ferro" á frente do governo, com Miguel Cadilhe como Ministro das Finanças, teríamos uma Dream Team de choque.

.c - Rui Rio. Ninguém fala dele, ainda não ouvi as opiniões sobre o homem com quem me cruzei em plena campanha eleitoral, nos aliados. Impressionou-me o sorriso largo, a postura despreocupada mas decidida, a forma como liderava as 30 pessoas que o acompanhavam, o gesto para me dar propaganda, atravessando a rua para me encontrar. Não voltei a vê-lo senão através dos media. Habitualmente, assumindo posições fortes, decididas. Corajosas. Algo que é necessário em Portugal neste momento. Rui Rio é alguém que se manteve firme face a Pinto da Costa, é alguém que, apesar da coligação com a CDU exigiu ficar com o pelouro da Habitação, pretendido por Rui Sá. Alguém que não nasceu em berço de ouro, que trilhou o seu percurso, tal como Cavaco Silva. Genuinamente, um homem com as melhores características do Norte, mas não proviciano (ao contrário de mim).

Porque razão ninguém fala de outras hipóteses? Porque razão a esquerda não há-de apoiar uma destas soluções, que lhe garantem dentro de dois anos uma vitória esmagadora, mas que permitiriam pelo menos uma estrutura sólida para resistir ao esbanjamento de quatro ou oito anos de governação "social".

Estou longe, não sei quem me lê. Mas saberia, se a minha voz pudesse ser ouvida aquilo de que Portugal precisa.