O Cacique - lider tribal.

quarta-feira, maio 12, 2010

Do grande, grande maradona


Não me choca que esta visita do Papa não esteja a ser um banho de sangue, perdão, de muldidões. Não sendo um crente não deveria ter uma opinião sobre isto, mas, dispondo de tempo e ignorância quanto baste, tenho: gosto de ver uma Igreja que não mude, que não se adapte, ou que, pelo menos, resista. Se a teologia é um discurso sobre o absoluto, ele não deve estar associado ou dependente da popularidade, necessariamente circunstancial e invariavelmente superficial, inculta, mesmo estúpida, das razões das suas posições. A questão dos preservativos é um belo cartoon sobre isso: se as normas de conduta que a Igreja fornece aos seus seguidores determinam que o sexo é uma actividade para se ter no interior do casamento e como contribuição para a procriação, que sentido tem exigir à Igreja uma tomada de posição relativamente a um assunto (doenças sexualmente transmissiveis, planeamente familiar) que está claramente a juzante desse? Os crentes, quem tem fé, se está suficientemente lúcido para pecar tendo sexo fora do casamento, não se pode desculpar com a posição da Igreja se não tiver tido a coragem de ter pecado mais um bocadinho e usado o caralho de um preservativo. Apela-se muitas vezes à responsabilidade social da greja, de facto efectiva, nos contornos sociológicos que estes comportamentos assumem, nomeadamente em África. Não me fodam. Uma coisa é a acção, outra coisa é um discurso moral: naquelas situações em que a Igreja actuou politicamente para evitar a distribuição de conhecimento ou material contraceptivo e protector, estamos, de facto, perante um crime; mas em noventa e picos por cento das críticas à Igreja o que se assiste é ao desejo de se entrar num simples combate de ideias, como se a busca de um fundamento filosófico (no caso, Cristão) baseada num livro e numa fé especificas fizesse sentido fora desse contexto. Envolva-se a Igreja num debate político delimitado pelas consequências da observação intergral do seu sistema, mas não a responsabilizemos pelos danos dos pecados dos que lhe carregam a bandeira, mas não a praxis do seu sistema. Quem diz bandeira, diz banco. Uma coisa que aprendi nesta busca pelo Papa é que crentes e não crentes vêem isto um pouco como ir à pesca; ou, pelo menos, utilizam todos da mesma paciência e, mais importante, dos mesmo bancos


maradona