...
O poeta distante da sua amada
Olhos suaves, que em suaves dias
vi nos meus tantas vezes empregados;
vista, que sobre esta alma despedias
deleitosos farpões, no céu forjados;
Santuários de amor, luzes sombrias,
olhos, olhos da cor de meus cuidados,
que podeis inflamar as pedras frias,
animar os cadáveres mirrados;
Troquei-vos pelos ventos, pelos mares,
cuja verde arrogância as nuvens toca,
cuja horrísona voz perturba os ares.
Troquei-vos pelo mal que me sufoca;
troquei-vos pelos ais, pelos pesares.
Oh câmbio triste! Oh deplorável troca!
Bocage
2 Comments:
tão esquecido está. obrigado
By Anónimo, at 11:42 da tarde
Sempre bom de ler.
... e ainda por cima não conhecia esta.
By Carlos, at 11:30 da tarde
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