O Cacique - lider tribal.

quarta-feira, julho 28, 2004

Este blog é liberal, mas.


Começou este post por ser um comentário a este post do João Miranda. Segue na sua total extensão:

Caro João Miranda, pela sua opinião, logicamente:

Se arder um edíficio, no centro da cidade, quem deve ser responsável pela sua extinção são os habitantes ou empresas que o utilizam.

Se arder uma faculdade, deve ser ela a dotar-se dos meios necessários para a sua defesa, ou a solicitar a acção de uma empresa privada.

Se ocorrerem cheias no Douro, devem ser todos os residentes da Ribeirinha a arcarem com os custos de manutenção, e a organizar a sua própria evacuação.

Em caso de terramotos, deveriam existir empresas especializadas capazes de, segundo um princípio utilizador-pagador, salvar as vítimas.

Tal como a liberdade acaba onde a liberdade dos outros começa, a responsabilidade individual pela salvaguarda dos bens de outros começa onde a sua capacidade de resolver os assuntos acaba, e ameaça os nossos próprios bens.

Existe um limite ao liberalismo. Quando são necessários esforços sobre-humanos, o que é chamado estado de calamidade pública, ou catástrofe. Para isso, é necessário ter uma defesa bem organizada: Uma estrutura militar, que permita acções rápidas e decisivas. Uma cadeia de comando onde não sejam permitidas opiniões, ou hesitações. Perante situações de emergência, o país precisa de defender-se.

Como digo, a defesa face a calamidades, como os incêndios, devem ser coordenadas militarmente, pelo simples facto de a comunidade (região, país, continente) ser afectada. Quando existe um incêndio, um terramoto, cheias, os danos não se limitam aos proprietários que são afectados, mas, em última análise, todo o país, ou região é afectada.
Exemplo de algo ténue, mas significativo no rendimento no trabalho? Os dias pós-incêndios em Valongo no Porto: O ar pesado, o aumento da temperatura, a neblina que afecta a disposição das pessoas, e também atrasa vôos de avião (aconteceu-me recentemente).

O liberalismo encontra os seus limites quando o indíviduo não é capaz de vencer o desafio que se lhe coloca. E que só consegue ultrapassar juntando-se e encontrando os meios na sua comunidade. Já a distribuição de propriedade florestal é um outro assunto: Tem a absoluta razão, e é algo que deve ser liberalizado. Porque pura e simplesmente, é algo que só beneficia/prejudica quem está envolvido nos respectivos negócios. Incêndios, terramotos, cheias, obrigam-nos a solidariedade.

1 Comments:

  • Talvez no meio esteja a virtude.
    Acho imoral que os proprietários das florestas ardidas ou por arder, se façam mudos e quedos nestas alturas, e não lhes seja pedido nada. Nem a limpeza preventiva das suas propriedades.

    By Blogger Carlos, at 7:36 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home