O Cacique - lider tribal.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Por vezes, defendo uma ou outra causa, entre amigos.


Algumas conclusões valem a pena ficarem registadas. Sempre disse que a gestão da Metro do Porto (e digo gestão corrente, não política), era um modelo que devia ser mais vezes seguido em Portugal. Não conheco em detalhe, mas os resultados estão á vista.

Por vezes procuram denegrir a minha defesa da eficiência das pessoas do Norte. Não digo que sejam melhores do que outras, mas simplesmente, considero que as pessoas do resto do país seriam igualmente eficientes se recebessem menos dinheiro. Entre eles, os subsídios de re-florestacão que não sejam propriamente utilizados.

Voltando á Metro do Porto:

> chegaste a ler?
>
> La se foi a tua teoria, ja podes queimar a bandeira e admitir que nao ha nenhuma obra publica bem excutada em portugal. Tanto denfendias a gestao do metro do porto que agora aparece isto. So sao 84 M de euros a mais. Esse dinheiro dava para quantas obras em Portugal??
>
>
> *_Factura da Metro do Porto à Normetro quase que duplica
> _*//
>
> *A Metro do Porto vai pagar 174 milhões de euros ao consórcio construtor da rede de metropolitano da região. Montante superior aos 90 milhões de euros anunciados em Abril por uma comissão arbitral que analisou os atrasos e as alterações ao projecto inicial. *
>
>
> Segundo noticia o Público desta quarta- feira, o júri presidido por José Miguel Júdice calculou aquele valor a preços de 1996 e não condenou a Metro ao pagamento da indemnização com juros e actualização de preços.
>
> Como esta formalidade está prevista no regime jurídico do contrato de empreitada, a factura passou para os 121,7 milhões de euros.
>
> A este valor serão adicionados 52,3 milhões de euros para pagar os prémios definidos no contrato inicial pelo cumprimento de prazos.
>
> No total, estão em causa 174 milhões de euros, pouco menos que os 178,8 milhões provisionados pela Metro do Porto para o exercício de 2005 para fazer face a este contencioso.
>
> 10-08-2005 9:05:14



Recebido este e-mail apressei-me a dar a minha visão da leitura:
" No total, estão em causa 174 milhões de euros, pouco menos que os 178,8 milhões provisionados pela Metro do Porto para o exercício de 2005 para fazer face a este contencioso."

Se já estavam previstos, significa que não há má gestão. Má gestão seria não saber o que se gasta, onde se gasta, e como se gasta... Se este dinheiro todo é para obra ("por uma comissão arbitral que analisou os atrasos e as alterações ao projecto inicial. ") então não foi gasto em casas de banho e afins, como acontece em determinados gabinetes de ministros.

A questão é simples para o gasto de 174 milhões de euros a mais (se leres bem, não há 84 milhões de euros a mais, foi apenas a comissão que se enganou, e não a metro do porto): alteracões ao projecto e imprevistos:

1. Duplicacão da linha da Póvoa;
2. Escavacao mais complicada do que o previsto (como mecânico deves saber que escavar em granito não é muito fácil), o que levou á utilizacão de uma tuneladora diferente na linha D; Isto ao mesmo tempo em que se fez cerca de uma dezena de estacões subterraneas, de forma eficiente: Se fores ás estacões do metro do porto, são práticas, e não têm nada da exuberância das de Lisboa...
3. O Euro 2004 obrigou a que fosse dada uma atencão á linha de Campanhã que não estava prevista. Logo, horas extraordinárias, logo mais dinheiro.


Ah! Já para não falar do tempo que se está a perder em torno do Hospital de S. João... mas nem vou dizer nada...



Bom, resposta impulsiva mas que encerra muito do que é a realidade: a gestão da metro do porto tem sido competente e eficiente. As únicas opcões erradas devem-se a razões políticas, como é o facto de algumas linhas estruturantes serem adiadas, por discussões inócuas, e ataques indevidos. Tais como críticas por parte do governo central injustificadas.

Esperamos apenas que o sucesso do metro seja adequado ao trabalho desenvolvido até ao momento. Estou certo que será, e que esta nova via estruturante do Grande Porto o tornará em breve a primeira cidade portuguesa a acompanhar as cidades pujantes de média dimensão europeias...