O Cacique - lider tribal.

quarta-feira, junho 30, 2004

No News III


Silêncio sepulcral.

Hoje joga Portugal. Só vi um jogo de futebol ao vivo, mas quando jogava ténis na Academia do Boavista, visitava frequentemente o interior do Estádio do Bessa. Os balneários ficavam por baixo das bancadas dos adeptos adversários, e bastava-me dirigir-me ao portão entre o campo de treinos, e lá estava:

Sozinho, diante de um gigante que não era usado para nada durante a semana, com um silêncio só cortado pelos apitos dos carros ao longe ou um berro dos jogadores das camadas jovens que treinavam ali ao lado. Aquele pequeno estádio impunha respeito (afinal tinha 14 anos e era magricelas, como ainda sou), e estes sons eram abafados pelas bancadas.

Os estádios, para mim, são belos assim: Sem ninguém, á espera daquele grande momento. Imagino o pessoal que trabalha neste momento no estádio de Alvalade, daqui a umas horas, a sentir uma aragem quente de fim de tarde.

O meu avô costumava dizer: "Não entendo porque existe tanto fanatismo em torno do futebol. O mundo podia viver 1 ano sem futebol, mas imaginem que não havia agricultores. Que se faria? Morriam todos à fome, e aí dava-se o valor real a cada coisa".

O meu avô era agricultor e foi operário fabril. Mas era mais inteligente do que muita gente que hoje tem tempo de antena e espaço nos media.