O Cacique - lider tribal.

quinta-feira, agosto 26, 2004

Os candidatos (conclusão)


Resumindo:

- José Sócrates terá Edite Estrela a tratar das cidades, ordenamento do território, tem Jorge Coelho a apoiá-lo, etc: É o mais puro caciqueiro. Tentei tomar apontamentos numa conferência a que assisti sobre ambiente, com este candidato como orador: Repetiu a mesma ideia, todo o tempo. De repente dei comigo a pensar nas mil e uma formas que os horóscopos, que lia em pequeno no suplemento de domingo do público situados ao lado dos desafios matemáticos, tinham para dizer a mesma coisa, semana após semana.

- Manuel Alegre é um poeta! Como eu gosto de poetas, dos sonhos! É preciso pessoas como ele para abanar, para exigir, para pôr a barra sempre no horizonte, no intangível. Ana Gomes faz parte do seu leque de apoiantes. Ana Gomes seria a nossa ministra dos Negócios Estrangeiros. Ana Gomes trata Kofi Annan por "Kofi". Tenho de cair na realidade: Manuel Alegre é apoiado por Ana Gomes.

- João Soares é filho de Mário Soares. É advogado. Foi Presidente da Câmara de Lisboa. É um animal político. Foi o responsável pela queda do governo de Guterres, que provoca a subida de Ferro Rodrigues e inviabiliza um pacto de estabilidade PS-PSD, que ainda está por ser realizado, e de que o país urgentemente necessita.


De todos, venha o diabo e escolha. Menos João Soares. Se for Manuel Alegre, teremos um bom líder da oposição, embora se corra o risco de uma aliança com o Bloco de Esquerda (calafrios). Se for José Sócrates, vá lá. Temos os caciqueiros todos, que dificultarão a tarefa de António Costa, Jaime Gama, António Vitorino, mas talvez, sublinho, talvez, possa ter-se um governo Santana-Sócrates com o José Rodrigo dos Santos a mediar eventuais despiques. Embora preferisse (que bom que era), Rio-Sócrates, desde que o primeiro diga, alto e bom som, "Pago xxx ao meu assessor, porque prefiro ter alguém competente a 5 boys do partido".


Estremeçam: Ontem, os jovens do futuro já se puseram a dizer que o avô dizia que o Salazar é que era bom... E que muito do antes do 25 de Abril ainda está por contar. E que se fosse uma ditadura a sério a revolução não tinha sido pacífica. E que a descolonização foi mal feita. E que Portugal tinha muito dinheiro. E que, e que, e que... será que está para chegar a IV República? Com um preâmbulo diferente?