Quick quick, open your mind!!!
Seleccão de um excerto da entrevista publicitada pelo João Miranda no blasfémias:
«A limpeza da floresta é um mito»
Entrevista ao Arquitecto Ribeiro Telles sobre incêndios:
«A limpeza da floresta é um mito»
O arquitecto paisagista explica como se deve reordenar a paisagem portuguesa depois dos incêndios. Sem pinheiros nem eucaliptos
Alexandra Correia / VISÃO nº 545 14 Ago. 2003
(...)
V: A excessiva divisão do território (em meio milhão de proprietários) dificulta as limpezas florestais?
GRT: A limpeza da floresta é um mito.
O que se limpa na floresta, a matéria orgânica? E o que se faz à matéria orgânica, deita-se fora, queima-se? Dantes era com essa matéria que se ia mantendo a agricultura em boas condições e melhorando a qualidade dos solos. E, ao mesmo tempo, era mantida a quantidade suficiente na mata para que houvesse uma maior capacidade de retenção da água. Com a limpeza exaustiva transformámos a mata num espelho e a água corre mais velozmente e menos se retém na mata, portanto mais seco fica o ambiente.
V: Se as matas estivessem bem limpas ardiam na mesma?
GRT: Ardiam na mesma e a capacidade de retenção da água não se dava, passava a haver um sistema torrencial. A limpeza tem que ser entendida como uma operação agrícola. Mas esta floresta monocultural de resinosas e eucaliptos, limpa ou não limpa, não serve para mais nada senão para arder. Aquela floresta vive para não ter gente. Se houvesse lá mais gente aquilo não ardia assim.
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