O Cacique - lider tribal.

segunda-feira, agosto 30, 2004

Aborto, Barcos e 'Agit-prop'


Por Zita Seabra. No Público.

Concordo com todas as linhas, palavras, tom.

sábado, agosto 28, 2004

Transportes


Ontem dei comigo a pensar que dentro de uns dias volto a Portugal.

Acabaram-se os transportes eficientes. A grande, grande, gigantesca diferença da Alemanha para o nosso país. Dizem-me que por vezes os comboios aqui andam atrasados. É possível. Mas nunca me aconteceu. Salvo quando fui a Estrasburgo, e o comboio vindo de Paris chegou uma hora mais tarde á cidade da "petit ville".

Ontem dei comigo a pensar que tenho autocarros ou trams em todas as cidades que fui visitar á porta das estações. Que me levam para todas as aldeias satélites, se for preciso. E lembrei-me das minhas jornadas épicas a Castelo Branco, em que há a mais perfeita descoordenação entre CP e empresas regionais de autocarros.

Lembrei-me o quão simples seria colocarem a central de autocarros junto da estação, e fazerem horários a partir das horas de chegada dos comboios. Lembrei-me do comboio que chegava do Pocinho sempre 1 minuto depois da saída do Alfa (antigo) de Campanhã. E fui ver. Continua a existir apenas 10 minutos para o transbordo.


Gostava de saber, estatisticamente, quantas ligações de comboio se perderam por só existirem 10 minutos para a mudança. Gostava que fossem apresentados os resultados da CP. Gostava que os transportes em Portugal funcionassem.

Gostava muito. Ontem lembrei-me... Mas felizmente, estou em Portugal só de férias.

sexta-feira, agosto 27, 2004

Uma blasfemia pertinente! III - Um novo modelo de governo


Quanto ao modelo de governo, o apresentado por LR é ideal.

Estão apresentadas as verdadeiras áreas em que um Estado tem de ser árbitro, e com interesse de âmbito nacional. Ou seja, em que é necessário um plano estratégico que não vagueie ao sabor dos interesses do momento. O impacto de alterações em qualquer destas áreas (Saúde, Educação, Justiça), não se sente no momento.

A Defesa e Segurança (incluindo Forças Armadas, Bombeiros, Polícia), deve também ser gerida de forma global, essencialmente no que diz respeito a uma matriz comum de procedimentos.

Incluo apenas também o Ministério dos Negócios Estrangeiros, que presumo tenha apenas sido um lapso de LR. É crucial, num mundo globalizado estar representado e manter actual a teia de portugueses em todo o mundo.

Pode ser consultada aqui a estrutura governativa da Suiça: a diferença (de que discordo), em relação ao modelo proposto, é a junção dos ministérios da Saúde e Educação num Ministério de Assuntos Internos e a existência de ministério da Economia. Também existe um ministério de Transportes, Ambiente, Energia e Comunicações (de que também discordo, e cuja orientação defendo que deva estar dependente do Primeiro-Ministro).


Uma mudança simples que não implicasse alterações tão profundas poderia ser, para já, a extensão do ciclo governativo de 4 para 6 anos, e presidenciais de 5 para 7 anos. Podendo o Orçamento para as áreas acima indicadas aprovado por minoria (ou decreto), e as restantes, a manterem-se os ministérios (obras públicas, cultura, turismo, presidência, cidades, agricultura, ambiente, etc, etc.), ou seja, as verdadeiras franjas, necessariamente sujeitas a maioria.

Ou talvez estas sejam ideias idiotas.

Uma blasfemia pertinente! II - A máquina administrativa


Todos as questões levantadas no post de LR são interessantes, mas os pontos 1 a 3 parecem-me os mais prementes para uma verdadeira revolução em Portugal. Poderiamos mesmo fazer uma revolução tranquila para uma IV República...

Para começar, a diminuição da máquina administrativa do Estado passa por ter gente compentente nos respectivos cargos. Aquilo que neste momento é realizado por 5 ou 6 assessores/vereadores/... no governo, nas câmaras municipais, nos organismos públicos, é quase rídiculo. Muitos vereadores são pura e simplesmente incultos, incompetentes, por vezes irracionais e pouco inteligentes.

Esta é uma consequência do elevado número de funcionários públicos e membros do partido, que poderiam pelo menos não atrapalhar. Ao disponibilizarem a sua sapiência ao serviço dos outros, colocando-se em posições de decisão, tornam-se detentores de um pequeno poder que pretendem defender a todo o custo. Com as consequências inerentes para todos os cidadãos que precisam de fluidez na gestão pública.

Todos estes dispensáveis (sim, dispensáveis) elementos do Estado podiam realizar trabalhos bastante significativos para o país, em posições de executivo! Executivo significa executar, sem possibilidade de decidir! Vamos ser francos e claros: em posições de decisão tem de estar gente competente. Ponto.

PS: A este respeito gostava que Rui Rio dissesse: "Contratei pessoa xxxx por um valor superior ao ordenado base do Presidente da República, porque desta forma tenho o trabalho de 3 boys a ser desempenhado com competência. Com benefícios óvios para os cidadãos. E voltarei a fazê-lo sempre que possível." A moralização da administração passa não pelos valores que se pagam, mas por medir eficiência/(despesas com pessoal).

Uma blasfemia pertinente!


A um desafio ("Perguntas da noite") de um dos primeiros que me fez vibrar com a blogosfera, enquanto mata-mouros, LR, deixei o seguinte comentário:

1. Justifica-se o aumento significativo das remunerações, acompanhada de diminuição proporcional de quem nada faz: Preferível um bom gestor público a 3 boys.

2. Neste momento é excessiva, ineficiente, ineficaz. Qualidade por contraponto a Quantidade.

3. Apenas falta o dos Negócios Estrangeiros. Com competência, claro. Todos os outros são mais do que suficientes, e aproximam-se do modelo suiço (7 ministros, com um primeiro-ministro em rotação)

4. Subsídio é sinónimo de um país mandrião, chico-esperto, injusto.

5. O barco do aborto é um aborto.

(o ponto 3 é interessante, e vou procurar desenvolvê-lo. No meu blogue, claro, que são as leis do mercado... Este comentário é só marketing :D )


Desenvolvimentos a seguir, neste seu blog devoto ao serviço de uma melhor sociedade.

quinta-feira, agosto 26, 2004

Os candidatos (conclusão)


Resumindo:

- José Sócrates terá Edite Estrela a tratar das cidades, ordenamento do território, tem Jorge Coelho a apoiá-lo, etc: É o mais puro caciqueiro. Tentei tomar apontamentos numa conferência a que assisti sobre ambiente, com este candidato como orador: Repetiu a mesma ideia, todo o tempo. De repente dei comigo a pensar nas mil e uma formas que os horóscopos, que lia em pequeno no suplemento de domingo do público situados ao lado dos desafios matemáticos, tinham para dizer a mesma coisa, semana após semana.

- Manuel Alegre é um poeta! Como eu gosto de poetas, dos sonhos! É preciso pessoas como ele para abanar, para exigir, para pôr a barra sempre no horizonte, no intangível. Ana Gomes faz parte do seu leque de apoiantes. Ana Gomes seria a nossa ministra dos Negócios Estrangeiros. Ana Gomes trata Kofi Annan por "Kofi". Tenho de cair na realidade: Manuel Alegre é apoiado por Ana Gomes.

- João Soares é filho de Mário Soares. É advogado. Foi Presidente da Câmara de Lisboa. É um animal político. Foi o responsável pela queda do governo de Guterres, que provoca a subida de Ferro Rodrigues e inviabiliza um pacto de estabilidade PS-PSD, que ainda está por ser realizado, e de que o país urgentemente necessita.


De todos, venha o diabo e escolha. Menos João Soares. Se for Manuel Alegre, teremos um bom líder da oposição, embora se corra o risco de uma aliança com o Bloco de Esquerda (calafrios). Se for José Sócrates, vá lá. Temos os caciqueiros todos, que dificultarão a tarefa de António Costa, Jaime Gama, António Vitorino, mas talvez, sublinho, talvez, possa ter-se um governo Santana-Sócrates com o José Rodrigo dos Santos a mediar eventuais despiques. Embora preferisse (que bom que era), Rio-Sócrates, desde que o primeiro diga, alto e bom som, "Pago xxx ao meu assessor, porque prefiro ter alguém competente a 5 boys do partido".


Estremeçam: Ontem, os jovens do futuro já se puseram a dizer que o avô dizia que o Salazar é que era bom... E que muito do antes do 25 de Abril ainda está por contar. E que se fosse uma ditadura a sério a revolução não tinha sido pacífica. E que a descolonização foi mal feita. E que Portugal tinha muito dinheiro. E que, e que, e que... será que está para chegar a IV República? Com um preâmbulo diferente?

Os candidatos III


O terceiro candidato é João Soares.

Fiz o teste que estava disponível na sua página, para saber com qual dos candidatos mais me identifico... Felizmente, pelos vistos estava confuso! Nenhum dos 3.

Ufff...

Os candidatos II


Ana Gomes apoia Manuel Alegre.

Manuel Alegre é desta forma o candidato anti-Bush, que não pactua com os Bushistas.

Ao contrário da candidatura de Sócrates, esta não tem um plano tecnológico. Este plano está já concretizado, o que se traduz no número de sms enviados para a sua mandatária para assuntos internacionais.

É apoiado por uma pessoa sensível: "Coitado do Kofi - envelheceu tanto!"; "Meia-hora depois tocou o telemóvel. Era o meu querido Gordon Martin, correspondente do «Daily Telegraph»".

Eu concordo que as tristezas se devem exprimir abertamente. Acho triste é usar o nome de outros para se auto-promover. É o que se chama recato e respeito. Em particular pelos Heróis.

Nesta candidatura, se fosse do PS, também não votava. E até gosto de Manuel Alegre...

segunda-feira, agosto 23, 2004

Os candidatos I


Está tudo dito:

(...) A ele se devem o programa "polis" e o "euro 2004". Ele é reconhecido como um dos melhores ministros do governo de António Guterres...
Edite Estrela



Apoio José Sócrates por ter apreciado a sua excepcional obra como governante que, entre outras acções, se traduziu numa correcta política para o saneamento básico, na extinção de lixeiras, no lançamento do Programa Polis e na vinda do Euro 2004 para Portugal.
Mário Almeida



José Sócrates é desta forma, o candidato do Pólis e do Euro 2004. Cujos benefícios para os autarcas se podem claramente ver.


PS: Suspendo a minha amargura em relação ao afastamento da blogosfera face ao brilhante 2o lugar de Francis Obikwelu por momentos, á espera do resultado dos 200 metros. Mas é triste...

Dor de alma


Os blogs portugueses que leio habitualmente deram um destaque diminuto, de circunstância a uma das medalhas mais dificeis de conquistar. Meus amigos, não falamos da maratona, do ciclismo, do vólei de praia, dos 10 000 ou 1500 metros. Falamos dos 100 metros. De menos de 10 segundos. Da glória ou condenação no tempo equivalente a trespassar a espada e ficar a olhar os olhos do adversário.

Não percebo, com tanta euforia em torno do II lugar no famigerado Europeu, com tanto anti-americanismo, com tanta vontade em aumentar a auto-estima, como é possível não dar o mesmo mérito, atenção, carinho, que tiveram Figo, Ronaldo e Companhia, não detestar os corredores americanos que tiveram o 1o, 3o, 4o lugares, na mais importante, mediática e estimulante competição dos Jogos.

A história dos jogos faz-se nos 100 metros: Os livres e a corrida.

Francis Obikwelu colocou-nos lá. Obrigado e parabéns, e vou repeti-lo até que a voz me doa, para ver se os outros acordam para esta brilhante vitória! Perdoa a blogosfera, que ainda está a sair da Silly Season e dá-se mal com a necessidade de reconhecer que aconteceram coisas excepcionais em Agosto. Preferiamos que não nos tivesses chateado.

Obrigado, Parabéns!!

PS (adenda): A este respeito, tenho de retirar da lista o Luminiscências. Também interessante são as opiniões do aviz e do bloguítica. Mas, sinceramente, a vitória não é de Portugal. É de Francis Obikwelu, tão só. E estranho que levantem esta questão quando a emoção e o entusiasmo são tão escassos... Sinceramente, não se celebrou o suficiente a vitória para que possa existir qualquer polémica. Nem ele a merece.

A parábola e o Espirto Olimpico


Recordo-me de um texto biblíco que falava do homem rico que dava esmolas enormes, e da mulher que tirava o pão da boca dos filhos para dar aos mais pobres que ela.

Francis Obikwelu, medalha de prata em Atenas e recordista europeu dos 100m, vai doar 33 750 euros a instituições de segurança social. Isto é mais ou menos o rendimento mensal de muitas das estrelas de futebol. Deve ser o rendimento semanal de Figo. Digo isto sem dados concretos, mas quem puder que me confirme esta percepção.

O gesto de caridade de Obikwelu é o de alguém que dá tudo. Que competiu pela glória, para ser um semi-Deus. Muitos desportistas, na nossa sociedade deviam aprender com o exemplo. Muitos jornalistas deviam aprender a dar mais destaque a alguém com esta capacidade de despojamento de bens materiais, que certamente podia comprar um carro desportivo com este valor, que a atletas que têm tudo e largam migalhas. Muitas pessoas deviam abandonar a cegueira proporcionada pelo futebol e aperceber-se que este é, cada vez mais, imoral e injusto. Em particular deviam desligar-se do futebol actual todos quantos clamam por mais solidariedade, justiça, rigor. Em suma, todos os políticos de bem, todos os cidadãos inteligentes e desejosos de construir um mundo melhor.

Não faço aqui a apologia da caridade, mas do desprendimento. Francis Obikwelu encontrou em Portugal uma casa por mero acaso. Colocou a bandeira portuguesa, a bandeira do resto do mundo, numa competição dominada pelos Estados Unidos da América. Não sei porque corre Francis por Portugal, mas estou-lhe eternamente grato. Que sejas exemplo, com o teu sangue novo, para um país tantas vezes bafiento.

Obrigado, Francis Obikwelu. E parabéns. Conquistaste o teu lugar no Olimpo, e no coração de tantos. Venceste!

sexta-feira, agosto 20, 2004

Os jornalistas II e mais qualquer coisa...


A própria União Europeia tem em preparação directivas comunitárias que visam uma maior transparência das contas das operadoras ferroviárias e que vão no sentido de acabar com as borlas ou de fazer pagar as entidades que delas beneficiam.


"Borlas"? É isto jornalismo, caro Carlos Cipriano?

Eu sugeria "os benefícios", "os descontos", mas sou apenas um pobre inculto que estudou engenharia, e, consequentemente, é bruto nas suas apreciações e não sabe utilizar correctamente o português. Não sei sequer a construção gramatical de uma frase, veja lá! Mas não podia passar em claro, não por si, mas por toda a sua classe que merece receber chamadas de atenção, apontamentos, ser julgada! Provar do seu próprio veneno.


Passando ao corpo da notícia, que é muito interessante 'per se', apenas quero realçar a seguinte passagem:

À cabeça, disse, está a Câmara do Seixal, que "não paga há três anos e deve 40 mil euros".

Gostava de saber o valor da contribuição (monetário e em géneros ou serviços) da referida câmara para uma festa que se vai realizar agora no ínicio de Setembro. Alguém tem acesso a esses dados? O "Socialismo Real" faz-se sempre á custa de alguém. Neste caso, á custa dos trabalhadores da Fertagus. Na próxima greve, quero ver se incluem a Câmara do Seixal na lista de entidades neo-liberais-fascistas-sanguessugas.


PS: Caro Júlio, não está esquecido! O meu primeiro debate na blogosfera, assim que os jornalistas me derem espaço para respirar, vai ter uma adenda final! ;)

quinta-feira, agosto 19, 2004

Os jornalistas


Para algum lado teriam de ir...

Como é possível que um jornalista, assessor de imprensa, ganhe tanto como um deputado? Só vejo duas explicações:
- Ou o trabalho dos jornalistas é exigente e necessita de uma remuneração apropriada;
- Ou o trabalho dos deputados não é representativo para quem os elege, e não merecem por esse motivo uma remuneração superior ao dos restantes comuns cidadãos.

Agora vou ficar muito atento, muito atento! Se houver atropelos, informação confusa ou situações de boatos, vou perguntar-me o que fazem 3 assessores de imprensa no ministério da cultura e da economia.

Mas, como disse, para algum lado teriam de ir os milhares de desnecessários licenciados em jornalismo... Entretanto, vai faltando pessoal competente e formado noutras áreas.

Hum... vou parar por aqui. O título deste post não me permite falar de competência e formação. Ah, e educação. Educação-formação.


PS: Caro Júlio Silva, voltarei á TAP quando estiver com disposição para escrever sobre assuntos sérios... ;)

quarta-feira, agosto 18, 2004

A nova moda


- Olá, como estás?
- Estável! E tu?
- Também ando estável



Nota: Conversa original hoje, sobre como cumprimentar em língua Sueca. Na verdade, em Sueco, a ideia é: "Olá, como vão as coisas. / Estáveis, obrigado". Mas a adaptação tem tudo para ser um sucesso. Em particular as derivações já produzidas pelo Ricardo: "Eu estou estabilíssimo"; "Estou estabilérrimo". A ver vamos se a moda pega. Por cá, já se diz "I am stable" e "Stabili". A ideia partiu de 4 jovens empreendedores, para que conste.

segunda-feira, agosto 16, 2004

Na Eurosport


No intervalo das competições dos Jogos Olímpicos, publicidade a dois destinos de férias: Espanha e Sícilia.

O nosso dinheiro esgotou-se (provavelmente) na publicidade ao Euro2004. Prioridades.

O leitor Julio Silva


Postou este comentario, em resposta á minha resposta:


(...)Disse "Compreendo que fará sentido para a TAP, uma vez que os 300km que a separam do Porto já justificam a criação de um Hub na Portela, obrigando os passageiros do Porto a perderem 5h (via Lisboa) para uma viagem que dura 2h" mas acabou por demonstrar novamente a sua ignorância.

Veja o horário do voo que diz demorar 2 horas: sai do Porto às 17h20 e chega a Lisboa às 18h05. Sai de Lisboa às 18h45 e chega à Frankfurt às 22h45. Ora entre as 17h20 e as 18h45 perdem-se 5 horas.

Confesse lá. Queria ir para Frankfurt num avião só para si.

selecciona "Apenas disse que tenho de me deslocar a Frankfurt para alterar o meu bilhete. Eu vivo a 50 km de Frankfurt." da frase "qualquer agência de viagens trabalha com a Lufthansa, ao contrário da TAP, que, em geral, é desconhecida cá por fora".

Ora desconhecida cá por fora só tem um significado e é a esse que me refiro. "Desconhecida cá fora".(...)



Devo-lhe um pedido de desculpas por duvidar que voltaria a este modesto blogue, e aqui fica a minha resposta, esperando um esclarecimento definitivo:

"
Caro Júlio Silva!

Folgo em poder tratá-lo pelo nome, e não pelo anonimato. Devo confessar que o anonimato me causa repulsa, e, por esse motivo, a indignação por vezes suplanta a racionalidade. Por esse motivo, peço-lhe desculpa.

Regressando aos factos da nossa amena polémica, tinha a plena confiança de que perdia 5h via Lisboa, mas enganei-me. De facto, perco mais de 5 horas na maior parte dos vôos, 4h30m na melhor das hipóteses... Seleccionei um dia ao acaso, e, qual DECO, realizei um comparativo nas duas companhias:

- Saindo Quinta-Feira, 19/8 e regressando Terça, 24/8, as melhores hipóteses pela TAP são sair ás 17h20m do Porto, com chegada prevista a Frankfurt pelas 22h45m. O regresso seria pelas 19h15m, chegada ás 22h45m. Descontados os fusos horários, dava um total de 8h55m dentro de um avião.

- Na solução Lufthansa para os mesmos dias, perco exactamente 2h30m de vôo, em cada um dos sentidos, em qualquer dos vôos desta companhia. Resultado, 5h ida e volta.


Mas quero apresentar-lhe a situação concreta, real, daquilo que "é do dia-a-dia", que me fez pagar mais 15€ há alguns meses por um bilhete de ida e volta:
Querendo sair de manhã, para estar de dia em Frankfurt e aproveitar a tarde, as opções são as seguintes:
TAP - Saída do Porto pelas 06:15m, chegada a Frankfurt pelas 12:15m
LH - Saída pelas 7:40m, chegada pelas 11:10m

Compreende, caro Júlio? O facto inegável é que estes vôos estão cheios, e, para dia 19 (escolhido á sorte), a central de reservas da Lufthansa indica que não existem lugares disponíveis! E sim, perco 5h de vôo pela TAP, e não, não disse quantas perdia pela Lufthansa: 2h30m. Metade do tempo de viagem. E não, não pretendo ter um jacto privado, exclusivo. Apenas um serviço adequado ás necessidades de uma metrópole, que, por agora, tenho. Na Lufthansa.

Quando escrevo "Desconhecida cá por fora", refiro-me a dirigir-me a qualquer agência de viagens em Darmstadt, onde resido, e nenhuma trabalhar com a TAP. É a minha interpretação, subjectiva é certo, mas que é susceptível de ser considerada em estatísticas... E creio, sinceramente, que as estatísticas não seriam favoráveis á posição que defende... Mas contudo, tem razão: trunquei selectivamente uma frase excessivamente generalista: Foi erro meu não ter dado corpo á afirmação. Aqui está, refeita, e substanciada: --Nenhuma das agências de viagem a que me dirigi na Alemanha trabalhava com a TAP--

Pronto, posso ter escolhido as erradas.

Caro Júlio, não fiquei zangado, bem pelo contrário! Apraz-me ser elucidado, e ripostar... Cabe-lhe agora a si pesar os argumentos de cada lado. E, em futuras discussões sobre o provincianismo do Porto, do Norte, pesar melhor a realidade de uma metrópole com massa crítica suficiente para ser bem servida por um aeroporto e ligações á Europa.

Felizmente, há companhias que o fazem, e não me chocam que sejam outras que não a TAP. Aliás, o meu comentário inicial referia exactamente isso: Não entendia os motivos para o post aguerrido do Blasfémias! Por mim, estou bem servido, de momento, só lamento que a TAP, dando emprego maioritariamente a portugueses, tenha abdicado de uma certamente proveitosa ligação aérea! De outra forma, não acredito que a Lufthansa mantivesse vôos regulares Porto-Frankfurt.

Melhores cumprimentos,

Daniel Rodrigues
"

Amigo de quem?


A confirmar-se que está a ser alvo de uma campanha difamatória, Ferro Rodrigues exorta Adelino Salvado a "pedir ao seu amigo Octávio Lopes que publique o conteúdo das cassetes originais".



Não percebi... é amigo de quem?

E depois, impõe-se saber: É amigo, amigo verdadeiro, ou amigo do caralho? (Ou amigo da onça?)



- Um simples amigo traz uma garrafa de vinho para a tua festa.
- Um amigo verdadeiro chega mais cedo, ajuda a cozinhar e fica até mais tarde para ajudar a limpar.
- Um amigo do caralho faz isso tudo, e ainda bebe todas as garrafas na tua festa, vomita no tapete da tua mãe e dorme atrás do sofá até segunda-feira de manhã quando a empregada o encontra;

- Um simples amigo odeia quando lhe ligas depois de ele já estar a dormir..
- Um amigo verdadeiro pergunta porque é que demoraste tanto para ligar..
- Um amigo do caralho pergunta se estás a virar bicha, pra estares a ligar àquela hora e manda-te ir dormir e curar as tuas mágoas com vodka;

- Um simples amigo procura-te para conversar sobre os seus próprios problemas.
- Um amigo verdadeiro procura-te para te ajudar com os teus problemas..
- Um amigo do caralho procura-te, ajuda-te com os teus problemas, dá-te dois cachaços e ainda te leva prá noite e paga-te os copos;

- Um simples amigo, quando vai a tua casa, age como uma visita..
- Um amigo verdadeiro abre o frigorífico e serve-se sozinho..
- Um amigo do caralho abre o frigorífico, serve-se sozinho e ainda refila porque não há o que ele queria;

- Um simples amigo pensa que a amizade acabou depois de uma discussão...
- Um amigo verdadeiro sabe que não é amizade enquanto não houve nenhuma discussão..
- Um amigo do caralho chama-te nomes, fode-te a cabeça, enxota o teu cão, dá-te porrada, mas tá tudo bem;

- Um simples amigo espera que estejas sempre lá para ele...
- Um amigo verdadeiro espera sempre estar lá pra ti!..
- Um amigo do caralho espera por ti durante duas horas até ficar revoltado. Depois vai à tua casa...chama-te nomes, volta a enxotar o teu cão e dá-te porrada outra vez. Mas tá tudo bem na mesma!



Cada vez me parece mais que os amigos, em política, só da onça! Em particular, jornalistas...

sexta-feira, agosto 13, 2004

Valete Frates!


Gosto cada vez mais do Valete.

Mesmo estando a atravessar uma fase terrível no meu incumprimento de coisas tão elementares como a Eucaristia e Reconciliação, e esteja estupidamente afastado da oração, não posso deixar de concordar com o João Noronha, e sentir-me envergonhado pelo absurdo do meu afastamento.

E CAA não sabia que se estava a meter na boca do lobo? Que quem provoca leva? Faz-me lembrar a história do frade que, caminhando com um conhecido, encontrou um bêbado. Este dirige-se a ele e dá-lhe um violento estalo. O Frade calmamente, roda a cara, e recebe o estalo na outra face. Em seguida, dá um violento murro no bêbado, derrubando-o. O conhecido, espantado pela atitude do pacato frade pergunta-lhe: "Porque fez isso?". O Frade responde: "Cristo ofereceu a outra face, mas nunca ninguém soube o que ele fez a seguir, portanto..."

Fico á espera que o atordoado CAA responda ás questões do Valete!

O leitor anónimo


O leitor anónimo postou o seguinte comentário.

"Não preciso de ir a Frankfurt se tiver de fazer alterações no bilhete: qualquer agência de viagens trabalha com a Lufthansa, ao contrário da TAP, que, em geral, é desconhecida cá por fora"

Esta afirmação revela um desconhecimento tão brutal do assunto que, digo-lhe sinceramente, não vale a pena discutir mais nada consigo. Mas asseguro-lhe que me fez rir às gargalhadas. Sabe porquê? Simplesmente reflecte como um ignorante produz comentários "sábios" sobre o que não sabe. Só para lhe dar uma ideia dela ( a sua ignorância) a TAP tem até agentes de vendas no Japão (não voa para lá), na India (também não voa), na Austrália (também não voa)...

Mas como disse, divertiu-me e foi bom.


Ficando satisfeito por ter contribuído para um momento de descompressão do leitor anónimo, certamente com o riso sincero de um Pai que sorri ás tropelias do filho ignorante, venho contudo esclarecer que já sou adulto:

"Meu caro Anónimo.

Fico-lhe muito grato por vir esclarecer os ignorantes em relação ao texto que leu. Contudo, o texto que escrevi não permitiu atingir o elevado patamar da sua sapiência. Como tal, vou tentar explanar melhor o meu raciocínio, ciente das limitações causadas pela minha ignorância.

"A TAP tem até agentes de vendas no Japão, na Índia, na Austrália." Não discordo. Eu não disse que a TAP não tinha agências de viagens na Alemanha. Apenas disse que tenho de me deslocar a Frankfurt para alterar o meu bilhete. Eu vivo a 50 km de Frankfurt.

Compreendo que fará sentido para a TAP, uma vez que os 300km que a separam do Porto já justificam a criação de um Hub na Portela, obrigando os passageiros do Porto a perderem 5h (via Lisboa) para uma viagem que dura 2h. Para o leitor anónimo também fará sentido, mas para mim não faz. E creio que, se for á Austrália, ao Japão ou á Índia posso, em qualquer agência, resolver os meus assuntos relacionados com a Lufthansa. Aliás, já que o meu desconhecimento do assunto é total, agradeço que me indique quantas cidades nos países supra-citados têm as referidas agências.

Obviamente, sei que o leitor não regressará a este modesto local, porque o meu "desconhecimento brutal do assunto" afligirá a sua sensível inteligência e sublime conhecimento. Não adianta discutir. Tem razão. A discussão está reservada a quem tem conhecimento de causa. Que pelos vistos, V.Exc tem e eu não.

Quem é este humilde cacique para afrontar o Leitor Anónimo?

Cordiais cumprimentos,

Daniel Rodrigues
"

PS: Agradeço a todos os leitores anónimos que, de futuro, não percam tempo se virem que a minha ignorância é excessiva ou se não quiserem ler o texto atentamente...

quinta-feira, agosto 12, 2004

A TAP


Ia escrever um comentário no Blasfémia, mas compreendi que estou a batalhar com eles pelo mesmo segmento de mercado: Você, caro leitor liberal ou anti-liberal!

Não entendo os motivos de se sentirem tão acossados pela TAP... Por mim, viajante frequente Frankfurt-Porto, não me preocupa que a TAP não faça vôos directos nesta rota. Tenho a alternativa da Lufthansa, que sinceramente, prefiro. Vejamos:
I - Saio em Frankfurt no terminal 1, que me faz sentir europeu;
II - Antes de apanhar o vôo, posso beber o melhor sumo de laranja que conheço, com vista para a pista, em virtude de estar no terminal 1;
III - Não preciso de ir a Frankfurt se tiver de fazer alterações no bilhete: qualquer agência de viagens trabalha com a Lufthansa, ao contrário da TAP, que, em geral, é desconhecida cá por fora;
IV - Antecipo-me a qualquer alfacinha, e fico com o suave sabor de chegar sempre 1 hora mais cedo, embora saia do Porto á mesma hora.

O único problema é, de facto, a oferta ser ainda insuficiente. Os 3 vôos diários estão sistematicamente lotados, e só não acredita quem não quiser ver. Um colega de Coimbra, recentemente, numa das muitas disputas Porto-Lisboa que temos por cá, confessou que ia para o aeroporto de Lisboa porque era raro conseguir arranjar bilhetes na Lufthansa. Ele preferia vir pelo Porto, mas não tem oferta.

Eu não sei quem faz os estudos de Mercado nas companhias aéreas... mas, sinceramente, não me parecem muito competentes...

Os blasfemos estão a discutir algo que não vale a pena. A diferença de preço são 10€/20€. As 2/3 horas a mais que perdia em ir a Lisboa não compensam. Para mim. Compensarão para os Blasfemos?

quarta-feira, agosto 11, 2004

Isto sabe-se antecipadamente?


Eu não compreendo...

Hoje em dia "sabe-se" que vai ocorrer um ataque?

Eu pergunto-me se as milícias não sabem também que vai ocorrer um ataque, e se se preparam para tal!

Talvez seja por esta razão que não estamos preparados para o terrorismo... Ninguém no mundo ocidental "sabe" quando é que um extremista pode atacar.

Já que as teorias da conspiração estão na moda, eu acredito cada vez mais piamente que o Médio Oriente é um gigantesco cenário montado para que exista emprego para todos os licenciados em jornalismo que entram anualmente no mercado vindos das nossas faculdades...

Alguém me consegue desmentir esta teoria? Não? Então é porque é verdade!
(vide o Miguel Mais, ou Michael Moore, qualquer coisa do género...)

sexta-feira, agosto 06, 2004

Uma dúvida sobre pluralidade


Existe algum membro do Bloco de Esquerda que seja católico?


Surge-me esta dúvida para observar o seguinte: Em todos os partidos portugueses há contestação, oposição, debate de ideias. O B.E. é um Bloco, e não um partido, por isso não lhe exigo estes critérios internos.

Contudo:
- Existe alguém no Bloco que seja contra o aborto?
- Existe alguém no Bloco que não defenda a liberalização das drogas?
- Existe alguém no Bloco a favor da melhoria contínua das nossas Forças Armadas?

Nos partidos políticos (com maior ou menor repressão interna), vejo debate e fracturas, correntes, concessões, disciplina partidária, violação desta última.

O Bloco não é um partido. É um conglomerado de correntes, com uma espantosa unanimidade. Por isso não posso acreditar que desejem e aceitem a democracia.


Por isso levo tão a sério os disparates que dizem.



quinta-feira, agosto 05, 2004

Choose Life



terça-feira, agosto 03, 2004

I have a dream!


- Um Audi A6;
- Ana Gomes deportada para os Estados Unidos;
- Ministros competentes, eleitos por 7 anos, pertencentes a qualquer força política, com um projecto próprio, pelo Parlamento, por sua vez eleito em eleições uninominais;
- Um quintal onde possa cultivar couves, alfaces, cenouras, e ter árvores de fruto, numa casa cheia de divisões desnecessárias;
- Ir a Cabo Verde;
- Portugal em plena pujança económica com trocas comerciais intensas com a União Europeia e a CPLP;
- Todos os assuntos burocráticos tratados por https (incluindo marcação de consultas), em que as únicas cunhas necessárias sejam as da mesa do computador;
- Ir ao I acampamento de jovens do Bloco (infelizmente já foi, e o II não me interessa);
- Uma auto-estrada a substituir o IP5 e outra a substituir o IP4;
- O exército com as competências de defesa face a calamidades, incluindo incêndios;
- O mundo livre de droga e de acidentes de viação.

Seria feliz.

segunda-feira, agosto 02, 2004

Como falar muito


E dizer nada...

Um plano tecnológico para salvar Portugal. "Um Plano Tecnológico: eis a proposta de uma esquerda moderna para uma alternativa política."

Sempre é preferível o vácuo a uma política de esquerda, é certo, mas o vácuo absorve ainda demasiados recursos.

Eu dou a receita para o sucesso de Portugal:

1 - Trabalhar 8 horas por dia, 5 dias por semana.
2 - Ter transportes públicos a funcionar. Isto significa multar quem se coloca em cima das faixas BUS ou dos carris dos eléctricos. Para multar, o horário da polícia de trânsito deve ser das 6h-10h e das 16h-20h.
3 - Realizar menos fiscalizações, mas sempre com 3 pessoas (será que já se faz assim?). 3 pessoas diminuem a probabilidade de serem todos enrolados, e diminui a tentação.
4 - Restringir o acesso á Internet para crianças e jovens. As crianças devem aprender a fazer contas de papel e lápis, e estudar o Português, para darem o devido valor ás novas tecnologias e as compreenderem.
5 - Proibir os média de realizarem reportagens "choque" se não existir uma correspondente queixa em Tribunal. Multar as televisões que não cumprirem.
6 - Reduzir o Parlamento a 100 deputados. De uma assentada não teriamos PP, PCP e BE como representantes das minorias, e finalmente centrava-se a discussão no que quer a maioria da população portuguesa.
7 - Transformar a CP (Caminhos Portugueses) em CFP (Caminhos de Ferro Portugueses), para finalmente ter comboios em Portugal.

São 7, podiam ser mais. Outras 2 intervenções cruciais seriam simples: IP5 e IP4 transformados em auto-estradas, com ou sem portagens. Insustentável a distância a que estamos do nosso mais potencial mercado, Espanha. Ah! E retirar os ministérios de Lisboa e colocá-los em Vila Franca de Xira: Continuavam todos juntos, perto de Lisboa, o resultado da venda dos actuais edíficios pagava a mudança, e todo o país demorava menos tempo a chegar aos centros de decisão.


Outra boa alternativa era mandar Ana Gomes para os Estados Unidos. Já que admira tanto o espírito democrata dos vizinhos do lado de lá do Atlântico, tinhamos a oportunidade de recentrar a luta de potências entre Europa e China, minando a potência que ainda nos faz ser terceiros no mundo...